sexta-feira, 4 de junho de 2010

mania de André

Tudo tem um começo comum.

Você nem é mais novo naquele espaço, mas sim naquele grupo de amigos. Ou nem amigos, conhecidos. Ou nem isso. Um grupo que gosta das mesmas coisas que você, talvez, mas você não tem como saber. Você quer conhecê-los, fazer novos amigos; "Oi, e aí?", você diz de um jeito tímido, desajeitado. "OLHA, ALGUÉM NOVO! Tudo bem, novato?", alguém te responde. Aliás, muitas pessoas, uma atrás da outra, tanta gente falando que você fica perdido, atordoado.

É, você faz parte daquele grupo! Eles te dão um apelido carinhoso, você se mete em algumas confusões, combina coisas, faz de alguns seus amigos mais que outros. Você percebe que esse é o engraçado, aquele é o inteligente e tem um que quase nunca aparece. É, eu sempre gostei mais desse – eu sempre gostei mais das coisas que não podia ter, talvez fosse esse o motivo de muitas das minhas desilusões. Esse cara que quase nunca aparecia, chamavam ele de Tarantela, Tarantino... não me lembro mais, embora saiba que o nome era "Taran". Um dia conversamos separadamente, longe de toda aquela gente falante e animada, e eu me surpreendi ao ver que ele era (não há outro jeito de descrever) tão fácil de lidar. O tipo de cara com o qual é simples conviver. O tipo de cara que mesmo não tomando tanto o seu tempo com conversa, ocupa a maioria dele com saudades.

Muitas pessoas relacionam a minha saudade com sintomas de paixão: ficar pensativa, suspirar, encarar a janela e pensar em alguém, em quanto tempo essa pessoa não aparece, no quanto você gostaria de conversar com ela naquele exato momento. É assim que eu me sinto em relação a muitas pessoas, e com certeza era assim que eu me sentia em relação a ele. Aliás, sem o pretérito.

Um dia ele aparece, outro não, e eu me recuso a acreditar que sou eu que mal apareço na vida da maioria. É a falta de tempo e a inconformação nem um pouco mecânica que fazem você pensar que ninguém te ama, que todos te odeiam, que a vida acabou porque ninguém está mais nem aí para você. Mas quando ele aparece, parece que até mesmo as gotas de chuva dançam para que eu me sinta feliz, os raios de sol ficam mais brilhantes, o calor mais confortável e os gorgeios dos passarinhos cantam para mim talvez o seu nome, talvez o meu. Que importa, afinal de contas? Agora já tenho mania, mania de André.

Mania de você.

Arantxa Carolina,
ou talvez a Fiu.

2 comentários:

E aí, pequeno gafanhoto, o que você achou disso tudo?