terça-feira, 29 de maio de 2012

Há quanto tempo!

Como vão vocês? Espero que bem. Pelo menos eu estou, apesar dessa confusão toda de greve das universidades federais, que me deixa com muito tempo livre e pouca vontade de me mexer. Mas não vou reclamar muito, porque é exatamente por causa da tal greve que eu estou aqui, depois de, o quê, um ano? Até mais, se bobear.

Deixa eu explicar: com toda a correria do último ano do Ensino Médio, o pavor do vestibular me rondando a cada esquina, a indecisão sobre qual curso marcar na inscrição do PISM, a Olimpíada Nacional de História do Brasil e (ufa!) meu sufoco pra conseguir passar em Química, tudo o que me restou foi preguiça, e essa preguiça cumpriu muito bem o seu papel, sentando em cima de mim e não me deixando fazer nada de produtivo, muito menos postar aqui no blog.

Pois é, eu passei muito sufoco. O 3º ano foi meio sinistro — eu quase, quase mesmo reprovei em Química —, embora eu possa afirmar que tenha sido um dos melhores da minha vida. As outras matérias foram mais tranquilas (incrivelmente, Matemática conseguiu ser mais fácil que qualquer outra coisa, e Física me deu umas dorezinhas de cabeça, mas nada que eu não conseguisse consertar), mas pegar recuperação em todos os bimestres e, depois de me matar pra tentar recuperar a note de todas as maneiras, ter que fazer prova final, não foi lá uma das experiências mais agradáveis; pela primeira vez eu senti no osso o pavor de frequentar o colegial um ano a mais que o estimado. Mas deu tudo certo, no final. Eu também fiz uma escolha inusitada: depois de anos decidida a marcar “Letras” no formulário de inscrição para o vestibular, nos últimos meses antes da decisão eu comecei a dar pra trás. Quero dizer, por que eu faria Letras? Será que eu iria mesmo gostar do curso? Será que eu não estava apostando demais no meu sonho de ser escritora e me atirando em um poço sem fundo? Eu amo escrever, ler, conjugar, analisar, criticar... Mas não tinha certeza de que era aquilo mesmo que eu queria pro resto da minha vida. Os anos passados (e o fato de ter um irmão mais novo que sempre me pedia ajuda nos deveres) me provaram que eu seria uma péssima professora, a não ser que me esforçasse muito, e a área de pesquisa para a qual eu queria me encaminhar ainda não tinha atingido um nível que me satisfizesse, o que me levou a pensar: no quê, exatamente, eu sou boa?

Uma pergunta dessas me aterroriza. E se eu descobrisse que, na verdade, não era boa em nada? Aí eu estaria ferrada. O que eu marcaria no formulário? E aí, pimba! Conheci algumas pessoas que cursavam, tchantchantchantchaaaam... Artes! E foi aí que eu me apaixonei. História da Arte, técnicas de desenho, teoria cultural, integração crítica entre as artes e o mais importante de tudo: muita criatividade. E pelo menos o último eu tinha certeza que possuía de sobra. Foi assim que eu abandonei uma decisão que já perdurava por dez anos e marquei "Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design", com toda a certeza do mundo (tá, talvez nem tanto). Depois do PISM e do ENEM, e da espera interminável por um resultado, eu passei (duas vezes, devo ressaltar), e desde então tenho tido certeza de que não poderia haver curso que é mais a minha cara. Eu nunca me senti tão confortável em lugar algum como me sinto no Instituto de Artes e Design, meu querido IAD. Foi a melhor escolha da minha vida.

E a formatura? E o último dia de aula? Fiquei assustada, feliz e chateada ao mesmo tempo quando aconteceu de eu me debulhar em lágrimas, pela segunda vez significativa na minha vida, desde que me entendo por gente. Foi aí que eu percebi que eu amava minhas queridas Meninas da Arantxa, conhecidas também como Gangue do Banheiro (o que nos fazia — e nos faz — rir um bocado), apesar de elas serem as pessoas mais chatas do mundo em alguns momentos. Que eu sentiria falta de discutir mangás com a Kamila, de implicar com o João, de abraçar a Gabi Dalton, de chamar o Robert de “Rosbifert” e de uma turma toda que se silenciava quando o professor se atrasava pra aula pra brincar de Rádio Só Sucesso. Que eu sentiria falta das nossas festinhas temáticas, das nossas revoltas e de quando morríamos de rir, de quando fugíamos — é, a turma toda! — dos professores pra não ter aula. Eu chorei no último dia de aula mais do que chorei a minha vida inteira, fiquei com a cara mais inchada que uma bola de basquete e, mesmo assim, ostento esse fato com alegria e orgulho. Eu tive a melhor turma que poderia ter tido naquele colégio, e olha, isso não é pouca coisa, não.

Eu também participei da Olimpíada Nacional de História do Brasil, e foi uma bagunça só, mas isso são outros quinhentos.

Depois de todas essas explicações, é hora de dizer o que eu venho fazendo ultimamente: NADA!!!!1!!!onze (é brincadeira, gente, calma) Tá, tá, desenhando algumas coisas, morgando no msn, assistindo animes e ouvindo música nova. E vou começar a frequentar a auto-escola (ugh). Logo eu vou poder visitar alguns amigos em outras cidades, eu mesma dirigindo! Isso é estranho e legal ao mesmo tempo. Quero dizer, não dá pra me imaginar (Arantxa, desorientada, se perde toda hora na mesma cidade... oi?) dirigindo algo que seja mais do que uma bicicleta ou um velotrol. Mas vamos ver no que vai dar, né. E, além disso tudo, venho dizendo a mim mesma que vou voltar a escrever... e, olha, não é que deu certo? Falando assim parece que é lindo e fácil, mas não foi nada lindo quando o meu layout flopou total e deu mil erros, e não foi nada fácil fazer outro e configurar tudo de novo, mas estamos aí outra vez (sempre com layout novo, né, gente? Sempre), e eu pretendo não passar tanto tempo sem postar outra vez. Um ano não é brincadeira, viu.

E assim eu me despeço, com um Tiopando que já perdeu o sentido de tiopês e se tornou um sinônimo de calma e conforto pra mim, com direito a risadas e cheiro de casa arrumada. E de gente que eu gosto.

Pra não sair assim, de supetão, vou deixar pra vocês uma música na qual eu estou viciadíssima, de uma moça lá da Bahia chamada nana, que o Dré me indicou (e, assim como tudo o que ele me indica, eu me apaixonei) É uma bossa nova deliciosa, e eu não consigo mais parar de cantar. Então, tiopenses, inté!


Um comentário:

  1. QUE BONITINHO SEU POST MIGAAAAAAAAA!!!! SOFRI DE AMOR!!!!! e vc tá tirando carteira E NEM ME CONTA?????? COMASSIM???????????????


    E OUTRA, ainda tô esperando os awards de 2011 até hoje, grata.

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E aí, pequeno gafanhoto, o que você achou disso tudo?